segunda-feira, 18 de junho de 2018

O regresso ou a interrupção da ausência...

Passados três anos após a minha última publicação, resolvi vir até aqui de novo. Não me apetece escrever mas também não me apetece ver este meu mini projecto de blog tão despido de informação.

Virei cá mais vezes? Sinceramente não sei, apenas sei que neste momento me apetece quebrar esta ausência e regressar um pouco aqui.

Veremos se a experiência corre bem ou se pelo contrário me vai apenas encaminhar para mais três anos de ausência...

Talvez altere um pouco a essência do blog e os desabafos deixem de se reportar a coisas vãs e supérfluas e se foquem mais talvez em mim mesma;

Talvez deixe de criticar situações e me critique mais a mim ou quem sabe, simplesmente deixe sair palavras livres e soltas sem nenhuma ordem lógica da sua existência.

Bom, a ver vamos, para já... regressei...

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Procuro...

Procuro nas lágrimas... O sorriso
Procuro na dor... O conforto
Procuro na tristeza... A alegria
Procuro nas trevas... A luz
Procuro nos olhares... A força
Procuro no mar... A terra
Procuro no céu... O Universo
Procuro no ódio... O amor
Procuro no pensamento... A coragem
Procuro no coração... Encontrar-me!!!

terça-feira, 3 de junho de 2014

UNS DEMAIS OUTROS DE MENOS!!!

Após alguns meses completamente desaparecida, eis que surjo eu renascida das cinzas, qual Fénix, para… desabafar um pouco com quem tenha paciência para me ler.
Hoje apetece-me dizer algumas verdades. E escolhi logo o Tribunal Constitucional (sim, que eu não faço por menos). Este baluarte da Justiça em Portugal, defensor de todos os Princípios e mais alguns que por vezes apenas se descobre que existem através dos Acórdãos de tão sublimes mentes, mais uma vez resolveram brincar aos Deuses e decidir um País, governando-o a seu belo prazer, sem sequer para isso terem sido eleitos, valha-nos isso e o Princípio do Estado de Direito Democrático consagrado no art.º 2º da nossa tão querida e tão bem defendida Constituição da República Portuguesa (convém ler este artigo…).
Bom, então os senhores Juízes do Tribunal Constitucional, lá decidiram uma vez mais pela inconstitucionalidade das normas enviadas para o TC pelos Partidos da Oposição e sua Exa., o senhor Provedor de Justiça, nomeadamente no que concerne aos artigos 33º, 75º, 115º e 117º da Lei do Orçamento de Estado.
O que me surpreende não é esta declaração, até porque se analisarmos o referido artigo 33º, no seu nº 9, compreendemos inteiramente o porquê de tal decisão; o que me surpreende é que tenham sido invocados Princípios tais como o Princípio da Igualdade, o Princípio da Proporcionalidade, o Princípio da Segurança Jurídica ou o Princípio da Tutela da Confiança, mas se tenha propositadamente olvidado não apenas o supra mencionado artigo 2º da CRP como também o art.º 9º al. a) da referida Constituição e isto porquê?
Ora, se é tarefa fundamental do Estado “… garantir a independência nacional e criar as condições políticas, económicas, sociais e culturais que a promovam…”, atendendo ao facto de que estamos na recta final de um PAEF (Programa de Ajustamento Económico e Financeiro) que colocou em causa toda a nossa independência e soberania, não deveria o nosso mui douto TC pensar em ajudar o Governo, fosse ele qual fosse, “…visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa…”?
Sinceramente choca-me muito menos eu passar a ter cortes no meu salário por ser superior a 675€ e inferior a 1000€, que o meu pai que toda a vida trabalhou, ou a minha mãe, não receberem juntos nem tão pouco o valor do meu ordenado. Isso a mim choca-me bastante mais.
E quando falamos em igualdade ou proporcionalidade, é bem mais fácil colocar a fasquia da igualdade e proporcionalidade naqueles que estão níveis acima, que colocar na posição dos que auferem menos e que poderíamos tentar fazer com que tivessem uma melhor condição de vida que a que têm actualmente; mas isso implicava olhar para o próximo no sentido que Jesus Cristo nos ensinou e sinceramente é mais fácil prestar contra-informações, organizar manifestações com esses pobres coitados para que eles lutem pelos salários de quem já ganha bem.
Acho que desta vez os mui doutos Juízes estiveram bastante mal. Uma vez passa, duas aceita-se, mas três… Três é demais e sinceramente não vejo aqui a referida separação de poderes instituída na nossa Constituição, vejo apenas a defesa de interesses próprios sem pensar no próximo, sem pensar no futuro.
Uma coisa me deixa mais satisfeita, não houve unanimidade, tendo inclusive existido votos vencidos que suportam aquilo que acabo de escrever. Ainda há gente boa… Pena que tenham sido poucos…
E pronto, hoje apeteceu-me desabafar assim
LUCRUM UNIBUS EST ALTERIUS DAMNUM

domingo, 5 de janeiro de 2014

Concerto dos Reis

Não tenho por hábito fazer qualquer tipo de comentários a menosprezar iniciativas que possam ser significativas a curto, médio ou longo prazo para a minha querida Mafra, mas hoje é diferente.
Fui assistir ao Concerto dos Reis, no Palácio Nacional de Mafra e sinceramente nem sei muito bem o que senti, foi um misto de alegria com tristeza, de paixão com desalento, de orgulho com mágoa...
Um concerto de música antiga, renascentista e barroca interpretado por alunos e professores da Escola de Música Antiga do Porto, na Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra.
Deduzi que fosse daqueles concertos... Inesquecíveis...
E foi... mas nem por isso ganhou o estatuto pelos melhores motivos.
Ao subir a sumptuosa escadaria de acesso à não menos sumptuosa e culta biblioteca do Palácio, fui sendo invadida por um orgulho de ser portuguesa, por um orgulho do meu Portugal, como há algum tempo tinha esquecido que tinha... Ao chegar à Biblioteca... caí na realidade dos tempos inglórios em que Portugal se encontra mergulhado...
Aliado à majestosa Biblioteca, devidamente ornamentada por estantes e mais estantes completamente cheias de livros, ouvia-se a música que nos transportava para o Reino de Portugal, nos seus melhores momentos... Por aqueles bailes de corte ao som daquela maravilhosa música, onde as damas dançavam e encantavam, mas... bastava abrir os olhos e verificávamos a realidade de um concerto com cadeiras incorrectamente dispostas (em minha opinião), a contrastar com os mármores das paredes ou ainda a falta de luminosidade patente no espaço.
A falta de elevação do suposto palco de onde tão real música saía, fazia com que o concerto na realidade fosse visto apenas pelas duas, no máximo três primeiras filas.
Resultado...
Saí a meio... Com muita pena minha, mas... não me apetecia juntar o que temos de melhor ao que de pior pode acontecer...
Há que haver cuidado quando este tipo de eventos são organizados... Há que haver cuidado com o facto dos espectadores terem todos visibilidade, relativamente à iluminação, tendo em conta os castiçais existentes, seria possivel iluminá-los (ainda que com velas) para tornar o ambiente mais real, haver cuidado na escolha das cadeiras que teriam de estar em consonância com o espaço... Enfim uma série de situações que foram completamente descuradas e ofuscaram um excelente concerto num excelente local...

Resta aguardar para que erros destes futuramente não sejam cometidos, pois quem perde somos todos nós...

Hoje apeteceu-me falar assim...

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O Que Verdadeiramente Mata Portugal  


O que verdadeiramente nos mata, o que torna esta conjuntura inquietadora, cheia de angústia, estrelada de luzes negras, quase lutuosa, é a desconfiança. O povo, simples e bom, não confia nos homens que hoje tão espectaculosamente estão meneando a púrpura de ministros; os ministros não confiam no parlamento, apesar de o trazerem amaciado, acalentado com todas as doces cantigas de empregos, rendosas conezias, pingues sinecuras; os eleitores não confiam nos seus mandatários, porque lhes bradam em vão: «Sede honrados», e vêem-nos apesar disso adormecidos no seio ministerial; os homens da oposição não confiam uns nos outros e vão para o ataque, deitando uns aos outros, combatentes amigos, um turvo olhar de ameaça. Esta desconfiança perpétua leva à confusão e à indiferença. O estado de expectativa e de demora cansa os espíritos. Não se pressentem soluções nem resultados definitivos: grandes torneios de palavras, discussões aparatosas e sonoras; o país, vendo os mesmos homens pisarem o solo político, os mesmos ameaços de fisco, a mesma gradativa decadência. A política, sem actos, sem factos, sem resultados, é estéril e adormecedora.

Quando numa crise se protraem as discussões, as análises reflectidas, as lentas cogitações, o povo não tem garantias de melhoramento nem o país esperanças de salvação. Nós não somos impacientes. Sabemos que o nosso estado financeiro não se resolve em bem da pátria no espaço de quarenta horas. Sabemos que um deficit arreigado, inoculado, que é um vício nacional, que foi criado em muitos anos, só em muitos anos será destruído.

O que nos magoa é ver que só há energia e actividade para aqueles actos que nos vão empobrecer e aniquilar; que só há repouso, moleza, sono beatífico, para aquelas medidas fecundas que podiam vir adoçar a aspereza do caminho.
Trata-se de votar impostos? Todo o mundo se agita, os governos preparam relatórios longos, eruditos e de aprimorada forma; os seus áulicos afiam a lâmina reluzente da sua argumentação para cortar os obstáculos eriçados: as maiorias dispõem-se em concílios para jurar a uniformidade servil do voto. Trata-se dum projecto de reforma económica, duma despesa a eliminar, dum bom melhoramento a consolidar? Começam as discussões, crescendo em sonoridade e em lentidão, começam as argumentações arrastadas, frouxas, que se estendem por meses, que se prendem a todo o incidente e a toda a sorte de explicação frívola, e duram assim uma eternidade ministerial, imensas e diáfanas.

O país, que tem visto mil vezes a repetição desta dolorosa comédia, está cansado: o poder anda num certo grupo de homens privilegiados, que investiram aquele sacerdócio e que a ninguém mais cedem as insígnias e o segredo dos oráculos. Repetimos as palavras que há pouco Ricasoli dizia no parlamento italiano: «A pátria está fatigada de discussões estéreis, da fraqueza dos governos, da perpétua mudança de pessoas e de programas novos.»


Eça de Queirós, in 'Distrito de Évora'

terça-feira, 1 de outubro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013



Após algum tempo sem dar a devida atenção a este meu pequeno blog, fruto do tempo dispendido em campanha eleitoral para as autárquicas do passado dia 29 de Setembro, no qual fui candidata pela Coligação Mafra Merece Mais, que integrava o CDS-PP, o MPT e o PPM, cá estou eu de volta.

Para alguns amigos deve ser estranho o facto de nesta coligação não constar o PSD, partido do qual fui militante. Pois é, para melhor muda-se sempre... E eu mudei, para o CDS/PP, por uma questão de convicção, de valores, de princípios... 

O resultado destas eleições, foi no mínimo surpreendente em todos os quadrantes políticos, muito graças ao desalento e desconfiança que paira sobre a nossa Sociedade Civil. 

Para mim? Foi o expectável, atendendo a toda a conjuntura mafrense.

Há contudo, algo que me deixou deveras surpreendida: Os níveis elevadíssimos de abstenção.

Falemos um pouco dela:

Abstenção, palavra originária do latim abstentio, significa a privação ou desistência voluntárias de um direito político, cívico ou social, de acordo com o maravilhoso dicionário Priberam da Lingua Portuguesa (versão online, está visto). Ainda recorrendo à preciosa ajuda desta modernice chamada internet e que nos liberta de extensas horas em uma qualquer biblioteca, onde temos de folhear livros e livros e de sentir o cheiro de papel velho e encadernações duras e tão antigas que se fossem seres vivos por certo já teriam morrido (que saudades tenho desses tempos em que computadores eram americanices e estudante que era estudante ia para as bibliotecas), mas como estava a dizer, recorrendo ainda à internet fui pesquisar o signficado da palavra abstenção, na nossa maravilhosa enciclopédia online, a Wikipédia, onde encontramos tantos assuntos que alguns deles ainda nem foram inventados, mas a nossa wikipedia já sabe que vão ser, valha-nos isso, e encontro a seguinte definição:
Em Política, abstenção é o ato de se negar ou se eximir de fazer opções políticas. Abster-se do processo político é visto como uma forma de participação passiva. Também importante de referir que a abstenção eleitoral é uma atitude aceite por anarquistas e muitas vezes condenada por alguns democratas. Para todos os efeitos, a abstenção não deve ser encarada como recusa de participação e irresponsabilidade, mas sim como "cegueira social" desencadeada por fatores externos aos cidadãos, a qual num Estado dito "democrático" deveria ser analisada amplamente de forma a promover a inclusão social, e participação das populações na política.

 Perante tais definições, resolvi deixar a nostalgia apoderar-se de mim e voltar aos meus tempos de criança em dia de eleições.

Cresci a ouvir os meus pais dizerem: "filhos, vão tomar banho, para se vestirem e que hoje a mãe e o pai TÊM de ir votar". A determinada altura, questionei a minha mãe sobre o seu orgulho em ir votar assim como o regresso a casa com a sensação do dever cumprido, ao que a minha mãe me disse:

"Filha, nada entendo de política, nada entendo de governar um País tenho, assim como o teu pai, a 4ª classe feita com distinção, mas sei o quão difícil foi o caminho para chegar aqui, para podermos votar. Além disso, como posso criticar alguém por não fazer o que deve, se eu não me manifestei nessa altura, não achas?"

Passaram anos e quando fiz os meus 18 anos, como jovem revoltada que era (nem sei muito bem porque me revoltava, acho que era moda, era como se diz hoje... cool) recusei-me a ir votar numas quaisquer eleições; como se costuma dizer, caiu o Carmo e a Trindade em casa dos meus pais. O meu pai dizia: "Que vergonha, uma filha minha não querer votar", a minha mãe, por entre lagrimas reclamava: Filha minha TEM de votar, era o que faltava". Após tanta insistência e cara feia, acabei por ir votar. Ou isso ou de certeza que seria deserdada...

Hoje sou mulher adulta ainda que continue revoltada.

Revoltada pelos baixos salários que aufiro, revoltada pelo meu pai ter trabalhado até aos 70 anos e receber uma miséria inferior ao SMN, revoltada pelo valor da reforma da minha mãe, a qual é inferior ao IAS, revoltada por não saber qual será o futuro do meu filho, mas acima de tudo revoltada por ver TANTO Zé Povinho a fazer manifestações por tudo e por nada, sendo que se concentram aos milhares por cidade portuguesa e quando deveriam EFECTIVAMENTE mostrar a sua indignação... Acobardam-se...

Os níveis de abstenção nestas autárquicas mostraram bem que vivemos uma crise de valores e não apenas económica ou financeira. Falta-nos o orgulho de ser Português, falta-nos a força que os nossos antepassados tiveram para lutar pelo que queriam sem o recurso a manifestações publicas (até por serem proibidas) e muito menos manfestações com direito a "minis" e "bifanas ou entremeadas".

Assim, 

Como podemos nós IGNORAR, o seu sacrifício, a sua luta desigual, muitas vezes dando a própria vida pelo NOSSO direito ao voto? Como podemos nós exigir algo de um Governo, seja ele nacional, regional ou local, se nos recusamos a escolhê-lo, quando a isso somos chamados? Como podemos manifestar-nos nas ruas de uma qualquer cidade, vila ou aldeia, quando fomos responsáveis pelos acontecimentos que levaram ao descontentamento?

Para finalizar, resta-me apenas deixar algo para meditação:
Se as manifestações contra todas e quaisquer medidas adoptadas pelos Governos (nacional, regional e local) fossem proporcionais aos eleitores votantes nestas últimas eleições... Estes mesmos Governos não se precisariam de preocupar, nem mudar nada, porque a eles... ninguém os quer mudar...
Privação ou desistência voluntária de um direito político, cívico ou social

"abstenção", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/absten%C3%A7%C3%A3o [consultado em 01-10-2013].
Privação ou desistência voluntária de um direito político, cívico ou social

"abstenção", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/absten%C3%A7%C3%A3o [consultado em 01-10-2013].

quarta-feira, 31 de julho de 2013


 

Parlamento aprova 40 horas semanais e requalificação


Após uns excelentes 10 dias de férias, sinto-me como um PC velho que temos necessidade de fazer actualizações para que o mesmo volte a funcionar correctamente. Efectivamente, nestes últimos dias tem sido isso que me tenho dedicado a fazer dado que o nosso pequeno País à beira mar plantado, está pior que uma Microsoft, sempre com novas “aplicações”.

Assim, após alguns updates referentes às informações disponibilizadas, não posso silenciar-me perante uma situação que me gerou além de desagrado, também alguma indignação e até exaltação. Depois de me acalmar resolvi partilhar o motivo para tais sintomas.

Anteriormente ao 25 de Abril (atenção que não tenho nada contra esta data), ser funcionário público era sinónimo de inteligência, de prestigio, de saber; logo após o referido 25 de Abril, ser funcionário público era sinónimo de militância no partido político até então perseguido por um regime ditatorial que não permitia uma verdadeira liberdade política. Após a estabilidade dos primeiros anos da instauração da democracia neste nosso velhinho País, se alguém tinha um amigo, de um amigo de um primo ou de outro qualquer parentesco que precisasse de trabalho, arranjava-se uma cunhazita e… o senhor ou senhora lá passava a integrar os quadros da… Função Pública.

Ora bem, não tenho nada contra estas pessoas, que na realidade acredito que como em todos os empregos serão uns excelentes profissionais e outros nem por isso, mas impõe-se então fazer um paralelismo com o sector privado. Antes do 25 de Abril, trabalhar no sector privado era o mais comum e infelizmente isso acontecia geralmente com as classes mais desfavorecidas e iletradas que se sujeitavam a patrões verdadeiramente ditadores e exploradores. Após o 25 de Abril, trabalhar no sector privado era uma clara manifestação de tentativa de protecção dos “fascistas” e como tal era mais fácil integrar o sector público, como já referi. E hoje?

Hoje é mais ou menos assim: Um funcionário do sector privado responde geralmente a um anúncio de emprego (mais ou menos idêntico ao sector público em que existe abertura de concurso e se fazem as candidaturas), mas é após a admissão em ambos os sectores, que tudo se altera: o funcionário publico trabalha 35 horas semanais e o privado trabalha 40; o funcionário público ameaça produzir menos se aumentar o horário para as 40 horas enquanto o funcionário privado se esforça por fazer horas extraordinárias não remuneradas para agradar às chefias; o funcionário público recebe o seu vencimento a partir do dia 20 de cada mês, o funcionário privado recebe no último dia útil do mês que se coincidir com o fim-de-semana passará a ser no mês seguinte, isto aqueles a quem os patrões ainda vão pagando; o funcionário publico perante um aumento do volume de trabalho, entra às 09:00 e sai às 17.30, sendo que o que não foi feito, logo se fará no dia seguinte; o funcionário privado perante um aumento do volume de trabalho, entra ao serviço se necessário às 07:00 da manhã e se necessário for, sairá às 20:00 ou mais tarde e se não for suficiente ainda vai trabalhar ao fim-de-semana sem remuneração; o funcionário público exige publicamente o cumprimento das suas pretensões, enquanto o funcionário privado procura num intervalo entre reuniões das chefias, dar a entender que precisava de algo mais.

Passemos a analisar então o patrão público e o patrão privado:

O Patrão público perante a falta de competência dos seus funcionários, contrata mais pessoas porque despedir não pode sob pena de ter manifestações à “porta” lideradas por sindicatos que da lei apenas conhecem os direitos, sem quererem perceber que um direito impõe sempre um dever e que todos temos direitos mas também temos deveres; o patrão privado, perante a falta de competência do seu funcionário despede-o de imediato com justa causa, argumentando entre outros, por exemplo, inadaptação para as funções contratadas; o patrão público tenta chegar desesperadamente a acordo sobre o aumento salarial que vai proporcionar aos seus funcionários; o patrão privado simplesmente… não aumenta; o patrão público avalia os funcionários por forma a que possam subir na carreira; o patrão privado dá uma palmadinha nas costas e agradece por ter feito um bom trabalho (há aqueles ainda que desconhecem o significado das palavras: obrigado, está muito bem feito).

Estas são algumas das inúmeras diferenças entre o sector público e o sector privado, pelo que como funcionária do sector privado, não posso deixar de ficar indignada com tanta queixinha de certos funcionários públicos e sindicatos que não sabem sequer o significado da palavra trabalho. Querem trocar? Com certeza a Função Pública ficaria a ganhar por ter nos seus quadros, pessoas habituadas a trabalhar muito e exigir pouco ou nada.

Há que ignorar estas pessoas e se não gostam de estar no público, óptimo, saiam que são demasiados para tão pouca produtividade e experimentem trabalhar no sector privado. Ups, já me esquecia, eles não sabem o significado de trabalho, apenas de emprego.

 
Atenção que existem, felizmente, bastantes funcionários públicos que são excelentes profissionais nas suas áreas e merecem o meu maior respeito. Obviamente que estas críticas não se aplicam a esses, mas esses também não estão constantemente a criticar, esses trabalham, pois conhecem bem o significado dessa palavra.